sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bloco - Rock em Portugal - 2010

Bloco - Rock em Portugal - 2010

Rock em Portugal

Rock em Portugal




Reconhecido como um programa de música para adolescentes, o Rock em Stock, de Luis Filipe Barros, começa, em 1980, a divulgar os novos sons do rock feito em Portugal. Após experiências bem-sucedidas com Ar de Rock de Rui Veloso, Cavalos de Corrida e À Flor da Pele, ambos dos UHF, e o acolhimento encontrado, também na rádio, com Febre de Sábado de Manhã e, na RTP, com o programa Passeio dos Alegres, ambos de Júlio Isidro, abriu-se o caminho para um boom que eles próprios não podiam prever, ao divulgarem uma série de grupos mais ou menos efémeros.

A divulgação maciça feita através destes dois programas transmitidos pela Rádio Comercial foi bem diferente da que tiveram grupos nacionais surgidos nos anos 60. O duo Os Conchas, a versão portuguesa dos Everly Brothers; o rock n'roll «presleyano» de Vitor Gomes e os seus Gatos Negros (que nunca chegaram a gravar um disco); Zeca do Rock; Nelo do Twist; os Shadows portugueses − o Conjunto Mistério − e os Titãs (de Aveiro); A Lenda de El-Rei D. Sebastião do Quarteto 1111 de José Cid, que em 1967 marcou a transição para a pop progressiva; a pop dos Ekos de Esquece; os Sheiks, os Beatles portugueses, com Missing You e Tell Me Bird; os Chinchilas do «hendrixiano» Filipe Mendes; o Hully Gully do Montanhês do Conjunto Académico de João Paulo (da Madeira); o Quinteto Académico + 2; os Tantra; os Pop Five Music Incorporated de Miguel Graça Moura; a inesquecível Epopeia da Filarmónica Fraude de António Pinho e Luis Linhares; os 10 000 Anos depois entre Vénus e Marte de José Cid; o rock psicadélico dos Objectivo, Perspectiva e Xarhanga (de Júlio Pereira) ou o hard-rock dos Arte & Oficio de Sérgio Castro e António Garcês − todos eles referências estéticas desses anos, mas que passaram sem grandes apoios nos media.

O interesse pelo boom surgido nos anos 80 deu, também, lugar ao aparecimento de uma «nova» indústria (revistas, jornais, rádios, editoras, televisão, concertos). O ambiente social era propício: a democracia consolidada do 25 de Abril, as profundas transformações socioculturais e os frequentes concertos em Portugal de numerosas bandas estrangeiras fizeram crescer o interesse óbvio das editoras discográficas pelo novo filão. De repente, todas as outras rádios descobrem o rock daqui. A imprensa escrita acompanha, a televisão apanha a «onda», a juventude estudantil, ao ter adquirido a partir de 1979 mais rádios com FM e Gira-Discos, aliada à febre dos concertos, é seduzida.

A qualidade varia (na maior parte das vezes, entre o bom, o razoável e o sofrível) na música destes grupos, também eles saídos de famílias remediadas das classes médias urbanas do Porto, de Lisboa (e não só). Rui Veloso, UHF, GNR, Xutos & Pontapés, Go Graal Blues Band, Roxigénio, Heróis do Mar, Salada de Frutas, Ananga Ranga, Rock & Varius, Trabalhadores do Comércio, Jafumega, Taxi, Iodo, TNT, Street Kids, Adelaide Ferreira, NZZN, Trovante, Sétima Legião, Pop Dell'Arte, Peste e Sida são apenas alguns dos nomes que ilustram as proporções do «fenómeno». Nos anos 90, as novas sonoridades e a busca de uma linguagem, aliadas às múltiplas experiências de grupos oriundos dos anos 70 e 80, prosseguiram através de grupos como os Ban, Radio Macau, Mão Morta, Silence 4, Clã, Ornatos Violeta ou The Gift.

Na viragem do milénio a Internet tem, também, sido o meio escolhido pelas novas bandas para darem a conhecer os seus projectos; a telenovela portuguesa, fundamental para divulgar novos grupos e mãe protectora de artistas veteranos. O rastilho ainda arde e muitos deles vão sobrevivendo do comercialismo, da vulgaridade e do conformismo. Outros, pura e simplesmente, desaparecem. Nenhum dos mencionados conseguiu ultrapassar o espaço da língua portuguesa... Honrosa excepção para os Moonspell, a única banda nacional que há 18 anos, fora das fronteiras lusófonas, vem cimentando a sua reputação mundial no gothik, death ou doom metal.

Até aqui «foi bonito, pá!»



Luís Filipe Barros



Dados Técnicos



Obliterações do 1º dia em: Lisboa / Porto / Funchal / Ponta Delgada

Emissão: 2010 / 07 / 19

Selos:

€ 0,32 – 230 000

€ 0,47 – 220 000

€ 0,57 – 190 000

€ 0,68 – 230 000

€ 0,80 – 190 000

€ 1,00 – 190 000

Bloco:

Com 1 selo

€ 2, 50 – 60 000

Design: Atelier Acácio Santos / Helder Soares

Créditos: António Campos Rosado (design capa Heróis do Mar), Beatriz Ferreira (foto) e Fátima Rolo Duarte (coordenação de arte, Psicopátria – GNR), Marco Santos (design capa Compacto 88 – Xutos e Pontapés), Luís Vasconcelos (foto capas Ar de Rock – Rui Veloso e À Flor da Pele – UHF)

Agradecimentos / remerciements / acknowledgments: Luís Filipe Barros, Edições Valentim de Carvalho, EMI Music Portugal, Moonspell, Universal Music Portugal e, ainda, aos músicos das bandas GNR, Heróis do Mar, Moonspell, Quarteto 1111, Rui Veloso, UHF, Xutos e Pontapés.

Papel FSC: 110 g/m2

Formato:

Selos: 40 x 30,6 mm

Bloco: 125 x 95 mm

Picotagem:

13 x Cruz de Cristo

Impressão: offset

Impressor: INCM

Folhas:

Com 50 ex.

Sobrescritos de 1º dia:

C6 – € 0,56

C5 – € 0,75

Pagela:

€ 0,70
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