quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sobrescrito 1º Dia (FDC) Transportes Públicos Urbanos - 2º Grupo - AA

13-Mai-2008
Transportes Públicos Urbanos - 2º Grupo - Auto Adesivos


Os Transportes Urbanos entre duas Guerras

Sábado, 14 de Abril de 1900, inaugura-se em Paris a Exposição Universal. Ocupava uma vasta área entre Champ-de-Mars, Invalides, Trocadero e os Champs-Elysées. Em Julho, o Presidente Loubet inaugurou a primeira linha do metro, com 10 km, entre Porte de Vincennes e Porte Maillot. Metro que nas suas entradas apresentará esse sortilégio em ferro, de linhas onduladas, dita Arte Nova. Tudo era sonho neste século, que se iniciava sob o signo das ilusões. (1)
Em 1900, em Lisboa era “o tempo das montras e das ruas iluminadas a bico Auer e dos caixeiros escravos que largavam as lojas às onze da noite, para voltarem a abri-las, estremunhados, às oito da manhã. Quem tinha pressa, alugava uma tipóia ou subia a pé a Avenida, ultrapassando os americanos, puxados a mulas. Os veículos democráticos (os choras e bocetas quadradas), quando saíam dos rails alheios, pareciam entornar sobre a calçada os passageiros empilhados.” (2)
Lisboa cresceu até meados do século XIX ao longo do Tejo, transformando-se numa estrutura radial e concêntrica a partir de finais do século, com a especialização do “centro” na Baixa. Até meados do século XX o sistema viário articulava-se, apoiado no eléctrico, na transversal que funcionou na antiga estrada de circunvalação (Morais Soares, Maria Pia) e nas radiais do Lumiar, Benfica, Poço do Bispo e Algés-Dafundo. Ao crescimento por eixos do tecido urbano (Avenida da Liberdade e Avenidas Novas), sucedeu-se o crescimento por zonas. O eléctrico afirma-se até finais dos anos 40 como o principal meio de transporte da cidade, com uma rede de 145 km.


A abertura à exploração pública do Ramal de Cascais (1889) foi acompanhada de maus resultados de exploração, agravados em 1901, com a concorrência da tracção eléctrica da Carris. Ao caírem para um terço do custo da tarifa ferroviária, os bilhetes dos eléctricos tornaram-se altamente concorrenciais, em especial, no percurso até Algés com a sua praia, praça de touros e diversões. Perante os frágeis resultados da exploração, a solução passou pela alteração da tracção a vapor para a tracção eléctrica (1926).


Os autocarros em Lisboa surgem associados à Exposição do Mundo Português, mas, pela conjuntura da Guerra, a sua exploração só se iniciou a partir de 1944, entrando ao serviço dos novos bairros de Alvalade, Encarnação e Aeroporto. Flexíveis e ágeis, sem necessidade de grandes investimentos a nível da infra-estrutura, irão representar para as cidades portuguesas um elemento determinante de crescimento e expansão.
Em 1949 registava-se a existência de 96.837 veículos ligeiros e pesados. Desde 1901, um longo caminho fora percorrido no sector automóvel. A organização das empresas no GITA (4) levou à alteração das condições do mercado e à repartição do tráfego, definidos na Lei 2008. (5) No Estado keynesiano de então, Lisboa, Porto, Braga e Coimbra evoluíam naturalmente para a municipalização dos seus transportes urbanos.

Gilberto Gomes in http://www2.ctt.pt/

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